domingo, 25 de outubro de 2015

ESPOROTRICOSE? MUITO CUIDADO!

A Esporotricose no momento é considerada uma ZOONOSE (doenças transmitida dos animais para o homem), tendo como principal vetor atualmente o gato. 
No passado costumava contaminar muitos seres humanos que exerciam tarefas que exigiam o contato direto destas pessoas com vegetais, terra e flores (como floricultores, jardineiros, trabalhadores rurais etc) – infectando-os por meio de feridas em espinhos com o fungo ou mesmo do contato de uma pequena lesão pré-existente com algum tipo de matéria contaminada.
E, justamente por isso também pode ser chamada por “doença da roseira” ou "doença do jardineiro". 
É uma micose de evolução subaguda ou crônica, caracterizada por lesões na pele predominantemente subcutâneas. Tendo como agente causador o fungo Sporotrix Schenckii.
O Sporothrix Schenckii é um fungo cosmopolita (encontrado em quase todos os lugares), que é comumente isolado da matéria do solo e decomposição de plantas. 
  Citologia de exsudato de Esporotricose felina; numerosas formas de levedura intracelulares
Tanto em cães como nos gatos, os primeiros sintomas da doença são os mesmos, e consistem em lesões que se manifestam na pele do animal; principalmente na região da cabeça e nas extremidades (locais onde os ferimentos de transmissão do fungo são mais comuns). 
Aparecendo, inicialmente, como uma simples ferida; a doença gera a inflamação do tecido contaminado, que se transforma em uma lesão cheia de pus.
A contaminação ocorre através do contato das garras do animal com material orgânico em decomposição contaminado, como cascas de árvores, palhas, farpas, espinhos e o solo. Com o fungo instalado, o gato transmite a doença através de arranhões, mordidas e contato direto com a pele lesionada.
Caso as lesões sejam observadas na pele de uma pessoa, é necessário ir a uma unidade municipal de saúde. Os endereços podem ser consultados na página da Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, o Rio enfrenta uma epidemia de esporotricose.
De acordo com a mesma, nos primeiros seis meses de 2015 foram registrados 824 casos de animais infectados. Para combater a doença, a Vigilância Sanitária iniciou em 05/08/15 uma campanha de conscientização, distribuindo panfletos e alertando a população sobre como evitar a contaminação.
No Rio, os animais suspeitos de infecção podem ser encaminhados para tratamento ao Centro de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (Largo do Bodegão, 150 – Santa Cruz, Rio de Janeiro/RJ) ou à Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (Avenida Bartolomeu Gusmão, 1120 - São Cristóvão, Rio de Janeiro - RJ). Para marcar consulta é preciso agendar um horário pelo telefone 1746.
Em São Paulo não há epidemia, segundo informou à Folha o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde.
Cães, coelhos, dentre outros animais, também podem ser contaminados pelo fungo. Mas, via de regra os gatos são acometidos em maior número em função de sua natureza, uma vez que estão sempre escapando de casa para irem as ruas e dessa forma costumam entrar em contato com mato, plantas, flores, árvores, locais abandonados, etc.
Além disso, o gato que vai para rua pode brigar ou mesmo acasalar com outro que esteja doente e ser infectado por meio de arranhões e mordidas. Por isso, é de fundamental importância evitar a ida de seu bichano as ruas.
A castração, a higienização do ambiente, a ida rotineira ao médico veterinário e o enriquecimento ambiental são as principais medidas à serem tomadas para diminuirmos a disseminação da doença entre os gatos e sua transmissão aos seres humanos.
Na época da fase reprodutiva é que grande parte dos gatos  acabam fugindo de casa, dessa forma a castração vem como principal medida para evitar a disseminação dessa e outras doenças entre os gatos. 
A castração vai fazer com que os bichanos de ambos os sexos percam o interesse de irem para rua acasalar, além disso, os machos diminuirão o comportamento de demarcação de território com urina.
Enriquecer o ambiente, de um ou mais gatos, significa promover o BEM-ESTAR físico e psicológico dos bichanos fazendo com que eles sintam-se seguros, entretidos e protegidos dentro de casa e dessa forma diminuindo seu interesse pela rua.

Tal medida se faz na prática, através de diversas formas: fornecimento de brinquedos, modificações interna do ambiente, estímulos alimentares, bandeja de areia sempre renovada, instalação de telas em janelas ou varandas, etc.
Enriquecimento ambiental

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

VACINANDO CÃES FILHOTES

A vacina é de extrema importância para o seu animal, visando à proteção do seu pet contra as mais variadas doenças. Para ser bem sucedida, à vacinação deve ser seriada, ou seja, devemos ministrar a primeira dose entre 45 e 60 dias de vida e depois mais dois reforços em média.

Aqui no Brasil os cães costumam ser vacinados contra cinomose, parvovírose canina , hepatite canina infecciosa (adenovirus tipo 1), vírus da parainfluenza, leptospirose e suas diferentes cepas (L. canicola, L. grippotyphosa, L. icterohaemorrhagiae e L. pomona), adenovírus tipo 2, coronavirosa canina, além da tosse dos canis (bortetella bronchiseptica)  e raiva separadamente. 

Deve existir um planejamento de vacinação que comporte várias doses de vacinas no que se refere aos filhotes, o qual deve ser feito em função da idade, dos desafios de campo existentes no local da moradia do animal, dentre outros fatores. Tal conduta se faz necessária pois os animais não respondem  da mesma forma e ao mesmo tempo à vacinação. Um esquema de doses múltiplas serviria para, então, proteger tanto os mais precoces quanto os mais tardios.
Além disso, o animal a ser vacinado deve ter excelente saúde, ser livre de parasitas e permanecer em "quarentena" até o fim das primo-vacinações, isto é, não deve sair à rua ou entrar em contato com outros animais que possam transmitir doenças. A vacinação ajuda não só a manter seu filhote saudável, mas também a evitar a disseminação de doenças, beneficiando a população de cães domésticos como um todo. Seu animal somente estará protegido contra as diferentes doenças para poder sair as ruas e passear entre 15 e 30 dias depois de terminado todo o esquema de vacinação.
Ao ser vacinado, o filhote recebe uma pequena dose de vírus ou bactérias para estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra esses agentes. Tais agentes virais ou bacterianos geralmente estão mortos ou inativados e, por essa razão, são incapazes de provocar a doença. 
O reforço anual de todas as vacinas é necessário e imprescindível para a boa saúde do seu parceiro. SERÁ? Vários estudos atualmente estão apontando para outros caminhos! Mas isso é assunto para outro artigo!

IMPORTANTE => verifique se a caderneta de vacinação de seu amigão está em dia e em caso negativo procure um Médico Veterinário o mais rápido possível.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

"OSSO" DE COURO BOVINO

Um dos Petisco mais Populares do Brasil!

Ao contrário do que muitos pensam, o "osso" de couro de boi não é oriundo da indústria de carnes, mas sim um subproduto da indústria de couro. Dessa forma, pelo menos em tese, ele não é um petisco!
Até ao momento da comercialização esse couro passa por diversos tratamentos químicos objetivando sua conservação, clareamento, tingimento, etc. Recebendo inclusive adição de flavorizantes (substâncias que adicionadas a um alimento ou medicamento lhes conferem melhor palatabilidade).

Nos rótulos dos "ossos" de couro comercializados nos Estados Unidos e Canadá encontramos um aviso em letras minúsculas, mais ou menos como descrito abaixo:

"Caso seu cão venha a engolir grandes pedaços, poderá haver obstrução do esôfago ou outras partes do trato digestivo, ocorrendo dessa forma um grande risco do animal vir à óbito, podendo ser necessário recorrer a procedimento cirúrgico o mais rápido possível para resolução do problema.”
No início de sua utilização, o osso de couro está duro e consistente, mas à medida em que o cão vai mastigando, o mesmo umedece com a saliva e se desfaz, os nós vão se soltando e o "petisco" adquire a consistência de um caramelo borrachudo ou de um chiclete, e, é justamente nesse momento, em que o cão está super empenhado em mastigá-lo é que os pedaços que se desprendem podem ser engolidos, causando sérios problemas de obstrução no trato digestivo do cão.
No Facebook e em outros locais da internet encontra-se inúmeros relatos de proprietários, em que seus cães tiveram problemas de obstrução do trato digestivo com pedaços de "ossos" de couro de boi.
Existem opções mais seguras  e super saudáveis para os cães roerem e se divertirem, como por exemplo fornecer uma cenoura crua, outra excelente opção é o fornecimento de ossos naturais, acesse o link a seguir para saber mais sobre como e quais ossos naturais poderá fornecer ao sue amigão: http://www.cachorroverde.com.br/index.php/ossos-recreativos/

IMPORTANTE:
A mastigação é um comportamento natural em cães de todas as idades. Mastigar ajuda seu cão a reduzir o estresse e o tédio, dessa forma, é de suma importância sempre fornecermos brinquedos aos nossos pets, distraindo-os e os mantendo envolvidos em atividades apropriadas.
Os brinquedos são ferramentas importantes no controle da ansiedade e nas brincadeiras, ajudando a gastar energia, dando vazão aos instintos naturais dos cães. Destruir os brinquedos faz parte de um comportamento saudável, por isso nunca repreenda-o em função disso. Agora, é muito importante vistoriarmos diariamente os brinquedinhos de nossos pets, evitando assim que eles venham a engolir os pedaços que com o passar do tempo vão sendo arrancados.

sábado, 6 de junho de 2015

REMÉDIOS PROIBIDOS PARA CÃES E GATOS

REMÉDIOS PARA HUMANOS NÃO DEVEM SER USADOS POR CÃES E GATOS!

Ao se deparar com o animal com algum problema de saúde muitos proprietários ao invés de levar o animal ao médico veterinário, preferem medica-lo por conta própria fazendo uso de medicações humanas, podendo causar danos irreversíveis aos seus animais de estimação.

O sistema digestivo dos cães e dos gatos, apesar de semelhante ao humano, não funciona exatamente da mesma forma. Os órgãos do sistema digestivo desses animais não têm a capacidade de absorver e sintetizar alguns medicamentos utilizados por nós, como alguns tipos de anti-inflamatórios e analgésicos.
Dessa forma, muitos medicamentos de uso humano, podem causar aos cães e aos gatos problemas de intoxicação, alergia e até mesmo causar a morte.
Alguns medicamentos de uso humano podem sim ser ministrados em animais e até são receitados por médicos veterinários, mas somente o médico veterinário é o profissional indicado para isso, o proprietário do animal jamais deve tentar medicar seu amigão, ou poderá causar problemas seríssimos ao seu pet.

Os anti-inflamatórios a base de Diclofenaco de Sódio (Cataflan, Voltaren) muito utilizados por nós, se ministrados a cães e gatos pode ocasionar vários problemas gastrintestinais, como úlceras hemorrágicas no estômago e duodeno, levando à vômitos e diarreia com sangue. Também pode ocorrer insuficiência renal, uma grave lesão nos rins podendo a mesma levar à morte.
Muitas vezes o problema inicial o qual motivou o proprietário a dar a medicação acaba ficando em segundo plano, pois as consequências de dar uma medicação errada são bem graves.

O AAS (Ácido Acetil Salicílico), substância ativa também da Aspirina, Doril e Melhoral, é extremamente tóxico para os gatos, devido a deficiência do mesmo em produzir uma determinada enzima hepática que metabolizaria o medicamento e traria como consequência a eliminação do composto.

Já o Paracetamol (Tylenol,Panadol, Panasorbe, Ben-U-Ron, Dafaldan), jamais deve ser ministrado aos gatos, pois via de regra quando isso ocorre é fatal, o organismo dos gatos não consegue eliminar o medicamento. Aos cães o efeito não é tão devastador, mas também poderá causar lesões hepáticas irreversíveis, portanto também é contra-indicado.
Outro caso que ocorre com muita frequência é quando alguns proprietários ao verificarem problemas oculares em seus pets acabam instilando qualquer colírio que tenham em casa objetivando aliviar logo o sofrimento do seu amigo, mas tal ato poderá causar problemas gravíssimos ao animal,como por exemplo instilar um colírio a base de corticosteroide  em casos de ulceração de córnea, pois ao invés de se obter a melhora aumentará o tamanho da úlcera complicando ainda mais o tratamento.
Dessa forma é bom deixar claro que nos caso da ulceração de córnea não se deve utilizar colírios a base de corticosteroide.

Lembre-se, existem medicamentos próprios e aprovados para o uso em animais de companhia, sendo na maior parte deles não utilizados por nós. Esta especificidade deve sempre ser respeitada.
Assim como não devemos nos auto-medicar também não devemos medicar nosso animalzinho de estimação. Dessa forma ao se observar qualquer problema com seu pet procure imediatamente um médico veterinário o qual é o profissional legalmente habilitado para cuidar dos animais.

sábado, 23 de maio de 2015

ALERGIA A PICADA DE PULGA

A DAPP (Dermatite Alérgica a Picada de Pulga) acomete cães e gatos sendo considerada bastante comum no dia a dia do clínico veterinário podendo corresponder a 90% dos casos de coceiras (prurido) nos gatos e a 40% no caso dos cães.
É causada pela injeção da saliva das pulgas na pele no momento em que as mesmas vão se alimentar do animal, pois além de suas propriedades anticoagulantes a saliva também possui mais de 15 componentes altamente alergênicos. 
Vale ressaltar que somente os animais que possuem sensibilidade alérgica é que irão reagir a presença das pulgas, uma vez que se pode observar animais intensamente parasitados sem sintoma algum da DAPP. Também vale ressaltar que  não é necessário infestação para se observar a presença dos sintomas em indivíduos pré-dispostos, bastando a presença de uma única pulga para que os mesmos apresentem os sintomas.
As pulgas são ectoparasitas chamados temporários uma vez que vão aos animais somente para se alimentarem, estando presente maciçamente no ambiente, ou seja, somente 5% das pulgas estão no animal os 95% restante estão no ambiente. E é justamente no ambiente que as pulgas vão fazer a postura de seus ovos. Dessa forma, tal informação é de suma importância para o  sucesso do tratamento, pois na verdade é muito mais importante efetuarmos a eliminação das pulgas no ambiente que no próprio animal.
EXCREMENTOS DE PULGA:
Os parasitas alimentam-se do sangue do animal defecando depois sobre o corpo do mesmo. 
Tal fato é facilmente visualizado em animais de pelagem branca, mas com um pouco mais de atenção, também se é possível essa visualização em animais de pelagem escura.
O principal sintoma observado é a coceira (prurido), uma vez que a mesma é que acaba levando ao aparecimento de lesões secundárias como escoriações, feridas com secreção sanguinolenta e crostas. 
O diagnóstico é feito com base na história clínica, na presença de fezes e/ou pulgas e de lesões pruriginosas compatíveis com a doença. Mesmo na ausência dos ectoparasitas, se a doença for suspeita, o animal deve ser submetido ao tratamento e a sua resposta deve ser observada.
Cães infectados com pulgas também são portadores de Dipylidium Caninum (parasita intestinal). Dessa forma ao traçarmos um tratamento temos sempre que incluir a ministração de um vermífugo específico.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

ESCOVAR OS DENTES DE CÃES E GATOS É FRESCURA?

CLARO QUE NÃO! 
Na verdade a higiene bucal de nossos pets é tão importante para a saúde deles quanto é para nossa.
Sem higiene bucal ocorre a formação de placa bacteriana a qual é responsável pelo mal hálito e pelo acúmulo de tártaro que nada mais é senão a mineralização da placa bacteriana, ou seja, um depósito de minerais oriundos da saliva e do resto de alimentos.
O acúmulo de tátaro via de regra causa gengivite e periodontite, caracterizando assim a doença periodontal, a qual acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação dos dentes.

A conseqüência mais grave da doença periodontal é que tais bactérias e seus metabólitos caiam por um motivo qualquer na corrente sanguínea e que dessa forma venham a se alojarem em órgãos vitais como rins, coração, fígado entre outros.

Por isso é de fundamental importância que tomemos algumas medidas que visam a minimizar tais riscos:

Como por exemplo fornecer aos nossos amigos de forma rotineira ração seca, além de deixarmos ao seu dispor brinquedinhos (conhecidos como dental bone), biscoitinhos e ossinhos específicos que evitam o acúmulo do tártaro.
Sendo também de suma importância proceder diariamente a escovação dos dentes utilizando material adequado (dedeira ou escova apropriada) e Pasta de Dentes específica para cães e Gatos as quais não contém Flúor e podem ser engolidas sem nenhum problema para saúde de nossos amigões.

Além disso, recomenda-se pelo menos uma visita anual ao seu médico veterinário para verificação da necessidade da limpeza de tártaro.

domingo, 12 de abril de 2015

SARNA DEMODÉCICA

A sarna demodécica canina é causada por um Ácaro, o Demodex Canis, o qual a princípio habita a pele de todos os cães, presente nos folículos pilosos e por vezes nas glândulas sebáceas. Não havendo nenhum risco de transmissão para o homem.
Ácaro: é a designação comum a algumas espécies de artrópodes da subclasse Acarina(=Acari), pertencentes à classe dos aracnídeos, subclasse à qual pertencem mais de 30.000 espécies. 


Até pouco tempo a sarna demodécica era considerada uma "doença hereditária". Atualmente sabe-se que a questão da hereditariedade está ligada a uma deficiência do sistema imunológico, mais especificamente, a produção de um tipo de linfócito (glóbulo branco) conhecido como célula T ou Linfócito T, que tem um importante papel no sistema imunológico. Essa limitação do sistema imunológico poderá levar ao desenvolvimento dos sintomas da sarna demodécica e de outras doenças. 
Alguns experimentos comprovaram que não há transmissão intra-uterina, dessa forma descarta-se a probabilidade da mesma ser considerara congênita.


Os sintomas da Sarna Demodécica geralmente aparecem quando um determinado indivíduo portador da pré-disposição genética (a nível de Linfócitos T) passa por uma ou mais situações bastante específicas como por exemplo uma situação de estresse, esse estresse acaba fragilizando o sistema imunológico do indivíduo. Essa fragilidade acaba alterando de alguma forma a pele do cão e tornando a mesma um ambiente propício para a proliferação do ácaro.
As situações que podem causar a imunossupressão nos indivíduos com pré-disposição podem ocorrer também por erro de manejo (limpeza incorreta do ambiente), em função de algumas doenças (hipotireoidismo, neoplasias, infestação de parasitas), cirurgias, uso prolongado de corticosteroides, etc.
Dessa forma, como pelo menos até o presente momento não temos como saber previamente se nosso cãozinho pertence ou não ao grupo com deficiência a nível de Linfócitos T, podendo ficar suscetível à uma proliferação desordenada dos Ácaros da Sarna Demodécica em função de uma ou mais situações acima citadas e até mesmo a outras moléstias. Devemos e podemos então tentar evitar algumas situações como por exemplo erro de manejo, executando um manejo correto no ambiente, dando preferência a utilização de um produto a base de Quaternário de Amônio (Herbalvet), nas diluições e periodicidades recomendadas pelos fabricantes. Além disso, devemos evitar ao máximo as situações de estresse, manter nossos amigões livres de parasitas internos e externos etc.


É de suma importância também deixar bem claro que, para que um determinado profissional possa concluir definitivamente sobre a pré-disposição genética (a nível de Linfócitos T), no caso específico da Sarna Demodécica se faz necessário um raspado de pele realizado através de técnica correta, levando o material ao microscópio, constatando a presença de vários ácaros em seus diversos estágios de desenvolvimento por campo de observação (ovo, larva, ninfa e adulto). A presença por exemplo de apenas um ácaro não torna o resultado do exame conclusivo em relação à hereditariedade, uma vez que o ácaro já habita a pele de todos os cães. É também muito importante pesquisar pais sintomáticos sempre que possível. 
Além disso, deve-se considerar também a idade do animal, pois animais jovens podem ser acometidos de uma proliferação de ácaros, serem tratados e nunca mais virem a apresentar sintomas (Sarna Demodécica Juvenil), uma vez que um filhote é um organismos em formação e não tem ainda suas defesas totalmente constituídas, o que não significa, pelo menos nesse momento específico, que aquele indivíduo tenha algum problema a nível de Linfócitos T para que se possa concluir pela pré-disposição genética. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

HIPOTIROIDISMO EM CÃES

O hipotireoidismo é uma doença de grande incidência em cães, porém pouco comum em gatos. A glândula tireóide possui uma série de funções, sendo mais conhecida devido a sua capacidade de regulação do metabolismo.

O hipotireoidismo ocorre quando a glândula tireóide passa a não produzir a quantidade necessária de hormônio. A doença gera uma série de diferentes sintomas que podem estar relacionados a outras doenças. Suspeita-se de hipotireoidismo quando o animal apresenta sintomas de obesidade, ganho de peso excessivo e rápido, alopecia (queda de pêlos) e problemas de pele, sendo a maioria desses sintomas em conjunto.
Por ser a glândula tireóide a responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina), um simples exame de sangue, em teoria, seria o suficiente para que o diagnóstico da doença fosse feito de maneira precisa. No entanto, muitos cachorros contam com uma quantidade muito baixa destes hormônios na sua circulação e, nesses casos, o animalzinho pode acabar ficando sem um diagnóstico correto por anos.
Tanto as causas quanto os sintomas que envolvem a ocorrência desta doença em cães são diversos e, infelizmente, não há maneiras de ajudar para que seu cãozinho fique previnido do problema. Entretanto, uma das razões que pode desencadear a doença é, justamente, a predisposição genética para o hipotireoidismo que algumas raças específicas possuem.
Na maioria das vezes, os cães passam a mostrar os primeiros sinais relacionados à doença quando chegam à meia-idade (entre cinco e dez anos de vida) e, além de haver uma predisposição genética por parte dos cachorros de algumas raças determinadas, especialistas afirmam que os animais castrados - tanto machos como fêmeas - podem apresentar um risco maior de desenvolver a doença quando comparados aos pets não-castrados.
O hipotireoidismo pode ocorrer sempre que houver algum distúrbio no eixo hipotálamo-hipófise-tireóide, porém mais de 95% dos casos ocorre devido a uma destruição da glândula tireóide. 50% dos casos em que há destruição da glândula tireóide em cães, estão relacionados a doenças auto-imunes, em que o próprio organismo mata as células da tireóide. Os outros 50% são causados por atrofia do tecido da glândula tireóide e conseqüente infiltração de tecido gorduroso na glândula. A causa desta atrofia e substituição por tecido gorduroso ainda é desconhecida.
Entre as raças que têm maiores chances de apresentar a doença ao longo da vida, podemos citar Golden Retriever, Doberman, Pinscher, Setter Irlandês, Schnauzer Miniatura, Dogue Alemão, Boxer, Poodle, Dachshund, Cocker Spaniel, Rottweiler, Beagle, Labrador e Airedale Terrier. Assim como há raças com maior risco da doença, há, também, outras em que o problema dificilmente ocorre, como no caso do Pastor Alemão e da maioria dos cães de raça mestiça.
Os sintomas são muito variáveis e dependem da idade do animal em que aparece a deficiência dos hormônios da tireóide. Porém os sintomas compreendem em metabólicos: letargia; retardo mental; ganho de peso (maior ingestão de comida), inatividade; intolerância ao frio, dermatológicos: como queda de pêlo de forma simétrica ou não em ambos os lados do corpo, envolvendo a região de flanco, base de orelhas e cauda (“cauda de rato”); pele ressecada e ou quebradiça; hiperpigmentação de pele; seborréia seca ou oleosa e infecção de pele (piodermite) que são geralmente recidivantes (ou seja, que melhoram após tratamento porém voltam algum tempo depois), reprodutivos: em fêmeas ocorre ciclo estral anormal (cio alterado); cio silencioso (ou seja, aquele que ocorre sem sangramento, aumento de vulva e mudança de comportamento); aborto espontâneo. Em machos ocorre falta de libido; atrofia testicular e infertilidade, neuromusculares: fraqueza; paralisia do nervo facial; convulsões, cardivasculares: contratilidade diminuída do coração; frequência cardíaca baixa (bradicardia) e arritmias cardíacas.Gastrointestinais: diarréia; constipação, oculares: depósito de lipídio na córnea; úlcera de córnea; inflamação da úvea (uveíte).

O diagnóstico é feito através dos exames de sangue que mensuram as concentrações séricas basais do hormônio da tireóide, mais os sintomas e história clínica do paciente.
O tratamento é realizado através da reposição hormonal com levotiroxina sódica (sintética) prescrita por um profissional da área (médico veterinário), que irá receitar a quantidade de medicação conforme o paciente. Retornos a cada 3 ou 4 meses serão solicitados pelo veterinário para que este possa fazer um monitoramento terapêutico da doença através de exames periódicos, avaliar se houve desaparecimento dos sinais clínicos do hipotireoidismo e em alguns casos se necessário, reajustar a quantidade de medicação que o animal irá receber.


sábado, 21 de fevereiro de 2015

INTOXICAÇÃO POR CHOCOLATE, EM CÃES!

SE EU POSSO COMER CHOCOLATE POR QUE MEU CÃO NÃO PODE?

O chocolate é muito popular como guloseima para os animais. A maior parte das pessoas adora chocolate e muitos dos cães também. No entanto o chocolate não deve ser dado a animais. O chocolate contém uma substância chamada Teobromina (alcaloide), a qual é utilizada na indústria farmacêutica como diurético, estimulante do coração ou como vasodilatador.

A Teobromina é rapidamente absorvida pelo organismo do cão e após ingestão oral torna-se em pouco tempo um poderoso estimulante do sistema nervoso central e coração. Provocando um intenso aumento no trabalho muscular cardíaco associado à uma grande estimulação do cérebro, ocasionando arritmias cardíacas graves.
Quanto mais escuro, “puro e concentrado”, for o chocolate, mais Teobromina possui e conseqüentemente maior o risco de intoxicação. Assim sendo o chocolate amargo, utilizado em confeitarias para fazer doces é o que oferece maior risco de intoxicação, pois possui em torno de 1,35% de Teobromina. No chocolate branco esse teor gira em torno de 0,005%.
A dose tóxica para cães é em torno de 100-150 mg por kg de peso e a dose letal situa-se entre 250-500 mg por kg de peso. Se um cão de 2,2 kg de peso ingerir uma dose de 113,4 gramas de chocolate ao leite, essa quantidade já é tóxica. Já se esse mesmo animal comer 12,9 gramas de chocolate amargo essa também será uma dose tóxica, pois a quantidade de teobromina vai variar nos diferentes tipos de chocolates existentes no mercado. Já um cão de 31,7 kg, para se intoxicar precisa ingerir 2.268 gramas de chocolate ao leite ou 185,8 gramas de chocolate amargo.
Outra particularidade da Teobromina é a sua meia vida, ou seja, o tempo que fica agindo no sangue do animal. No cão a meia vida da teobromina é de 17,5 horas, podendo ficar no organismo por até 6 dias, pois sua eliminação não acontece pelos rins, somente por via hepática.

Os sinais clínicos dessa intoxicação são percebidos entre 6 a 12 horas após a ingestão do chocolate. Os sintomas iniciais são: aumento da ingestão de água, vômito, diarreia, dilatação abdominal e inquietação (incômodo, agitação). O quadro pode evoluir para hiperatividade, aumento do volume urinário, ataxia, tremores e estado de apreensão. E, mais fatidicamente, aumento da frequência dos batimentos cardíacos (taquicardia), aumento dos movimentos respiratórios (taquipnéia), azulamento das mucosas (cianose – falta de oxigenação nos tecidos), hipertensão, aumento da temperatura corpórea e o quadro pode, enfim, evoluir para hipotensão, queda da temperatura corpórea, coma e morte.
Não existe antídoto para a intoxicação com Teobrominas e então o tratamento deve ser de suporte para os sintomas apresentados. Trata-se de uma emergência médica e a intervenção do Médico Veterinário se faz necessária e na maioria dos casos a internação é recomendada. Se a ingestão for recente (até 3 horas) a indução ao vômito deve ser instituída. Como o chocolate por sua constituição lipídica, tende a ficar “grudado” na mucosa gástrica, a lavagem gástrica pode ser feita, principalmente se a indução ao vomito não for satisfatória ou se já fizer mais tempo de ingestão. A fluidoterapia deve ser instituída para correção de distúrbios eletrolíticos, além da rehidratação do paciente. O diazepan pode ser usado para diminuir a excitabilidade assim como controle das convulsões; as arritmias devem ser corrigidas e o fluxo urinário deve ser mensurado. O uso de carvão ativado pode diminuir a absorção das Teobrominas, diminuindo a sua meia vida.
Caso a ingestão seja de chocolate branco ou um chocolate com baixa concentração de Teobromina o que pode ocorrer é somente um quadro gastroentérico (vômito e diarreia) devido a presença de lipídios e nesse caso os sintomas serão mais discretos e o prognóstico poderá ser bom, com uma rápida recuperação do animal, depois do tratamento sintomático.
Sendo assim, cabe a nós evitarmos terminantemente a ingestão de chocolate por nossos amigos.
Atualmente já se encontra no mercado chocolates específicos para cães, dessa forma se realmente você deseja fornecer ao seu pet um pouquinho de chocolate não ofereça do seu, adquira em uma pet shop um chocolate específico para ele.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

PANCREATITE EM CÃES




O pâncreas é um órgão comum aos sistemas endócrino e digestivo. Está localizado próximo ao estômago e ao intestino grosso e suas principais funções são: a produção de insulina e outros hormônios que regulam o metabolismo de carboidratos e secreção de enzimas digestivas que auxiliam na quebra de gorduras, carboidratos e proteínas da dieta ingerida. A pancreatite é uma condição dolorosa que resulta em inflamação (inchaço) do pâncreas, causando dor abdominal de moderada a grave.
Pode apresentar-se sob duas formas clínicas: aguda ou crônica. Enquanto a pancreatite aguda é definida como uma inflamação ou necrose nos tecidos pancreáticos ou peri-pancreáticos, que ocorre de forma repentina e com ausência de alterações histológicas permanentes, a pancreatite crônica é definida como uma doença inflamatória contínua do pâncreas, com a presença de fibrose e atrofia irreversível. Independente da forma de apresentação clínica, essa patologia representa alta taxa de mortalidade, principalmente por translocação bacteriana. Pode-se encontrar também a forma necrotizante ou hemorrágica e a forma purulenta ou abscesso pancreático.
A pancreatite pode  apresentar sintomas como: vômito, anorexia e dor abdominal. A doença pode ocorrer em cães fêmeas e machos de meia idade a idosos sendo menos comum nos de tenra idade. Algumas raças são mais predisponentes como: Schnauzer, Airdale, Poodle e Lhasa apso.


Alguns fatores também podem contribuir para o desenvolvimento da doença como: obesidade, dieta com altos teores de gordura, uso de fármacos (azatioprina, diuréticos, tetraciclinas, brometo de potássio, compostos estrogênicos, agentes quimioterápicos) e doenças intercorrentes (infecções, isquemia pancreática e uremia).
A princípio o exame utilizado para se chegar ao diagnóstico é a dosagem de concentrações séricas de amilase e lípase, as quais detectam apenas 50% dos animais que apresentam a doença. A amilase não é uma enzima específica do pâncreas sendo secretada também pelo pulmão, cérebro e duodeno.
O diagnóstico definitivo depende da associação dos resultados de concentração de lipase pancreática canina, imagens ecográficas compatíveis e manifestações
clínicas.

Durante o tratamento é importante manter o paciente sobre cuidados intensivos. Medicamentos que são comumente usados ​​para tratar a pancreatite em cães incluem antibióticos, analgésicos e antieméticos. Além disso é recomendado suprimir alimentação e água via oral por um período de tempo entre 2 e 5 dias, ou até mais se necessário, objetivando minimizar a sobrecarga pancreática. Dessa forma o suporte fluidoterápico se faz altamente necessário. A intervenção cirúrgica será necessária em casos de complicações intestinais ou inflamação grave do pâncreas.
Uma dieta específica e equilibrada considerando as quantidades de fibras e gorduras ingeridas se fará bastante necessária ajudando ao pâncreas a se recuperar.

domingo, 25 de janeiro de 2015

PARVOVIROSE CANINA

                                       
           
A parvovirose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um vírus de tamanho extremamente pequeno, o parvovírus, observado em diversos animais. A partícula infecciosa é bastante resistente, sobrevivendo na presença de pH entre 3,0 e 9,0, à inativação a temperatura de 56º C
por 60 minutos e tratamentos com solventes orgânicos, podendo sobreviver no meio
ambiente durante meses e anos. A única coisa capaz de eliminar o vírus é o cloro e/ou desinfetantes  específicos para a eliminação do vírus. Como por exemplo o Herbalvet T.A.
O vírus é transmitido pela eliminação das fezes. Muito comum em cães jovens, que ainda não tem o sistema imunológico formado e ainda não completaram o esquema de vacinação.
Acredita-se também que insetos e roedores podem transportar o vírus de um local para o outro.
              (Animal com diarréia de sangue causada pelo parvovírus)
Após o contato com o vírus, de quatro a cinco dias da infecção instalada, os sintomas começam a se apresentar, neste período o vírus chega à corrente sanguínea e atinge o intestino e a medula óssea causando sintomas como perda de apetite, depressão, febre, vômito, diarreia com presença de sangue com desidratação rápida, diminuição da temperatura corporal, icterícia (amarelamento da pele e mucosas devido à hepatite) e infecção bacteriana secundária. O parvovírus pode atingir também o músculo cardíaco, causando miocardite e levando ao quadro de insuficiência cardíaca com dificuldade respiratória, fibrose do miocárdio e por fim o óbito.

Alguns fatores contribuem para aumentar a severidade da doença, como o estresse, condições desfavoráveis em canis super lotados e mal higienizados, infecções bacterianas secundárias, ação conjunta de outros vírus (cinomose, coronavirose, etc) e endoparasitismo (verminose).
O diagnóstico pode ser feito através de exames de sangue tradicionais com base na contagem das células brancas sanguíneas (leucócitos). Ou através de um teste rápido com amostra de fezes e vômitos. Na parvovirose encontra-se uma contagem reduzida de glóbulos brancos (leucopenia).
A melhor forma de prevenir a parvovirose é vacinar o cão anualmente. E, em se tratando de filhotes não se deve levar o mesmo para passear enquanto o quadro vacinal ainda não estiver completo. O Médico Veterinário responsável pelas vacinas do filhote deve informar aos tutores a partir de qual data o filhote poderá iniciar seus passeios diários. A limpeza do ambiente também é de suma importância na prevenção, devem-se usar desinfetantes apropriados, pois somente estes eliminam o vírus.