sábado, 21 de fevereiro de 2015

INTOXICAÇÃO POR CHOCOLATE, EM CÃES!

SE EU POSSO COMER CHOCOLATE POR QUE MEU CÃO NÃO PODE?

O chocolate é muito popular como guloseima para os animais. A maior parte das pessoas adora chocolate e muitos dos cães também. No entanto o chocolate não deve ser dado a animais. O chocolate contém uma substância chamada Teobromina (alcaloide), a qual é utilizada na indústria farmacêutica como diurético, estimulante do coração ou como vasodilatador.

A Teobromina é rapidamente absorvida pelo organismo do cão e após ingestão oral torna-se em pouco tempo um poderoso estimulante do sistema nervoso central e coração. Provocando um intenso aumento no trabalho muscular cardíaco associado à uma grande estimulação do cérebro, ocasionando arritmias cardíacas graves.
Quanto mais escuro, “puro e concentrado”, for o chocolate, mais Teobromina possui e conseqüentemente maior o risco de intoxicação. Assim sendo o chocolate amargo, utilizado em confeitarias para fazer doces é o que oferece maior risco de intoxicação, pois possui em torno de 1,35% de Teobromina. No chocolate branco esse teor gira em torno de 0,005%.
A dose tóxica para cães é em torno de 100-150 mg por kg de peso e a dose letal situa-se entre 250-500 mg por kg de peso. Se um cão de 2,2 kg de peso ingerir uma dose de 113,4 gramas de chocolate ao leite, essa quantidade já é tóxica. Já se esse mesmo animal comer 12,9 gramas de chocolate amargo essa também será uma dose tóxica, pois a quantidade de teobromina vai variar nos diferentes tipos de chocolates existentes no mercado. Já um cão de 31,7 kg, para se intoxicar precisa ingerir 2.268 gramas de chocolate ao leite ou 185,8 gramas de chocolate amargo.
Outra particularidade da Teobromina é a sua meia vida, ou seja, o tempo que fica agindo no sangue do animal. No cão a meia vida da teobromina é de 17,5 horas, podendo ficar no organismo por até 6 dias, pois sua eliminação não acontece pelos rins, somente por via hepática.

Os sinais clínicos dessa intoxicação são percebidos entre 6 a 12 horas após a ingestão do chocolate. Os sintomas iniciais são: aumento da ingestão de água, vômito, diarreia, dilatação abdominal e inquietação (incômodo, agitação). O quadro pode evoluir para hiperatividade, aumento do volume urinário, ataxia, tremores e estado de apreensão. E, mais fatidicamente, aumento da frequência dos batimentos cardíacos (taquicardia), aumento dos movimentos respiratórios (taquipnéia), azulamento das mucosas (cianose – falta de oxigenação nos tecidos), hipertensão, aumento da temperatura corpórea e o quadro pode, enfim, evoluir para hipotensão, queda da temperatura corpórea, coma e morte.
Não existe antídoto para a intoxicação com Teobrominas e então o tratamento deve ser de suporte para os sintomas apresentados. Trata-se de uma emergência médica e a intervenção do Médico Veterinário se faz necessária e na maioria dos casos a internação é recomendada. Se a ingestão for recente (até 3 horas) a indução ao vômito deve ser instituída. Como o chocolate por sua constituição lipídica, tende a ficar “grudado” na mucosa gástrica, a lavagem gástrica pode ser feita, principalmente se a indução ao vomito não for satisfatória ou se já fizer mais tempo de ingestão. A fluidoterapia deve ser instituída para correção de distúrbios eletrolíticos, além da rehidratação do paciente. O diazepan pode ser usado para diminuir a excitabilidade assim como controle das convulsões; as arritmias devem ser corrigidas e o fluxo urinário deve ser mensurado. O uso de carvão ativado pode diminuir a absorção das Teobrominas, diminuindo a sua meia vida.
Caso a ingestão seja de chocolate branco ou um chocolate com baixa concentração de Teobromina o que pode ocorrer é somente um quadro gastroentérico (vômito e diarreia) devido a presença de lipídios e nesse caso os sintomas serão mais discretos e o prognóstico poderá ser bom, com uma rápida recuperação do animal, depois do tratamento sintomático.
Sendo assim, cabe a nós evitarmos terminantemente a ingestão de chocolate por nossos amigos.
Atualmente já se encontra no mercado chocolates específicos para cães, dessa forma se realmente você deseja fornecer ao seu pet um pouquinho de chocolate não ofereça do seu, adquira em uma pet shop um chocolate específico para ele.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

PANCREATITE EM CÃES




O pâncreas é um órgão comum aos sistemas endócrino e digestivo. Está localizado próximo ao estômago e ao intestino grosso e suas principais funções são: a produção de insulina e outros hormônios que regulam o metabolismo de carboidratos e secreção de enzimas digestivas que auxiliam na quebra de gorduras, carboidratos e proteínas da dieta ingerida. A pancreatite é uma condição dolorosa que resulta em inflamação (inchaço) do pâncreas, causando dor abdominal de moderada a grave.
Pode apresentar-se sob duas formas clínicas: aguda ou crônica. Enquanto a pancreatite aguda é definida como uma inflamação ou necrose nos tecidos pancreáticos ou peri-pancreáticos, que ocorre de forma repentina e com ausência de alterações histológicas permanentes, a pancreatite crônica é definida como uma doença inflamatória contínua do pâncreas, com a presença de fibrose e atrofia irreversível. Independente da forma de apresentação clínica, essa patologia representa alta taxa de mortalidade, principalmente por translocação bacteriana. Pode-se encontrar também a forma necrotizante ou hemorrágica e a forma purulenta ou abscesso pancreático.
A pancreatite pode  apresentar sintomas como: vômito, anorexia e dor abdominal. A doença pode ocorrer em cães fêmeas e machos de meia idade a idosos sendo menos comum nos de tenra idade. Algumas raças são mais predisponentes como: Schnauzer, Airdale, Poodle e Lhasa apso.


Alguns fatores também podem contribuir para o desenvolvimento da doença como: obesidade, dieta com altos teores de gordura, uso de fármacos (azatioprina, diuréticos, tetraciclinas, brometo de potássio, compostos estrogênicos, agentes quimioterápicos) e doenças intercorrentes (infecções, isquemia pancreática e uremia).
A princípio o exame utilizado para se chegar ao diagnóstico é a dosagem de concentrações séricas de amilase e lípase, as quais detectam apenas 50% dos animais que apresentam a doença. A amilase não é uma enzima específica do pâncreas sendo secretada também pelo pulmão, cérebro e duodeno.
O diagnóstico definitivo depende da associação dos resultados de concentração de lipase pancreática canina, imagens ecográficas compatíveis e manifestações
clínicas.

Durante o tratamento é importante manter o paciente sobre cuidados intensivos. Medicamentos que são comumente usados ​​para tratar a pancreatite em cães incluem antibióticos, analgésicos e antieméticos. Além disso é recomendado suprimir alimentação e água via oral por um período de tempo entre 2 e 5 dias, ou até mais se necessário, objetivando minimizar a sobrecarga pancreática. Dessa forma o suporte fluidoterápico se faz altamente necessário. A intervenção cirúrgica será necessária em casos de complicações intestinais ou inflamação grave do pâncreas.
Uma dieta específica e equilibrada considerando as quantidades de fibras e gorduras ingeridas se fará bastante necessária ajudando ao pâncreas a se recuperar.